Campanha elege programas de TV que mais respeitam os direitos humanos, inclusive LGBT
Uma iniciativa da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, em parceria com entidades da sociedade civil (inclusive LGBT), a campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania” elegeu os cinco melhores programas em exibição na TV aberta brasileira. O objetivo da ideia é promover o respeito aos direitos humanos, incluídos aí os da comunidade gay, e à dignidade do cidadão nos programas de televisão.
Para escolher esses programas, os coordenadores da campanha convidaram especialistas ligados à comunicação, professores, estudantes, filósofos, entidades LGBT e psicólogos. Eles fizeram uma lista onde indicavam em sua opinião os cinco melhores programas em exibição na TV aberta brasileira. Depois disso, foi criada uma enquete no site da campanha e realizada uma série de 300 entrevistas com pessoas na Rodoviária do Plano Piloto de Brasília.
A iniciativa foi criada em 2002 e é o resultado das deliberações tomadas durante a VII Conferência Nacional de Direitos Humanos. Para dar visibilidade à campanha, foi criado também o Dia Nacional contra a Baixaria na TV, que neste ano foi lembrado no último domingo, 18, com uma programação especial na TV Brasil e TV Câmara.
Os cinco programas escolhidos foram:
CQC (Rede Bandeirantes)
Altas Horas (Rede Globo)
Observatório da Imprensa (TV Brasil)
Roda Viva (TV Cultura)
Castelo Rá Tim Bum (TV Cultura)
Elton John diz que lamenta ter perdido a virgindade aos 23 anos
O cantor inglês Elton John disse que lamenta ter perdido a virgindade aos 23 anos, comentando que gostaria de ter dormido com outro homem mais cedo.
Segundo Elton John, que formalizou sua parceria civil com David Furnish em 2005, ele não sabia quem era até que fez sexo pela primeira vez. "Eu cometi um erro por não ter feito sexo antes dos 23 anos! Eu amei estar com outro homem e me senti aliviado quando realmente descobri quem eu era. Cometi o erro de me apaixonar cedo porque era inocente e romântico", confessa o cantor.
"Meu conselho é não buscar nunca o amor. Ele o encontrará quando você menos esperar. Divirta-se, faça muito sexo seguro e aproveite sua sexualidade. Seja orgulhoso de quem você é", aconselha Elton John. "Cometi muitos erros. Fique longe das drogas, elas são perda de tempo. Lute por todos os direitos humanos. Seja amoroso, gentil e forte. Dê o exemplo", continua.
A confissão está numa carta que o cantor escreveu e que faz parte do novo livro de Joseph Galliano, editor da revista Gay Times, "Dear Me: A Letter to My Sixteen-Year-Old Self", que será lançado na Europa no final deste mês.
Ator de "Viver a Vida" diz que está compondo personagem independente de sua sexualidade
O ator Marcelo Valle, que interpreta o produtor de moda Osmar, na novela "Viver a Vida", declarou que está compondo seu personagem "independente de sua opção [sic] sexual".
Apesar de seu personagem ser, originalmente, bissexual, Marcelo afirmou em entrevista ao PopTv que não está criando trejeitos e, sim, montando um personagem.
"É engraçado, porque essa é uma informação grande - mas, ao mesmo tempo, é algo vago. Não estou criando trejeitos: estou montando um personagem independentemente da opção sexual dele. Porque pode ser que seja apenas uma indicação do autor, mas que ele não vá desenvolver. Ou pode ser que o Maneco queira problematizar essa questão, expor o conflito. Mas não sei como vai ser".
Mesmo com a dúvida sobre o destino de Osmar, o ator revelou que está a disposição de Manoel Carlos, autor da novela, para o que ele precisar.
Vindo do
teatro, com mais de 20 peças encenadas, Marcelo contou começar a pensar em TV mais por uma questão financeira. "Comecei a prestar atenção na tevê por uma questão de segurança financeira. Hoje, faço porque curto mesmo. É um veículo que não domino - é diferente do teatro, onde conheço os artifícios do palco e tenho segurança. A tevê é um mistério que quero desvendar, que tem um ritmo e um sabor diferentes. É uma dinâmica que me instiga", concluiu.
"Para mim Deus fez o homem e a mulher", diz o prefeito Zito de Duque de Caxias
Em entrevista à revista Época desta semana, o prefeito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, José Camilo Zito (PSDB), tratou de explicar por que resolveu proibir a Parada Gay na cidade, no domingo (11/10).
Segundo o prefeito, a manifestação foi cancelada porque "não houve nenhum pedido em tempo hábil para que houvesse desfile". "Não houve a procura de nenhum representante, a não ser a Charlene [presidente do Grupo Pluralidade e Diversidade de Duque de Caxias], que falou comigo que ia dar entrada", justificou Camilo Zito. "Na verdade não houve nenhum cancelamento e nenhuma proibição porque não houve um pedido de nenhuma organização e de nenhum organizador."
Na entrevista, o prefeito sugeriu também a criação do Dia Nacional das Paradas Gays. A ideia de Camilo Zito é que, nessa data, os homossexuais prestem serviços comunitários gratuitamente para a população. Antes disso, porém, o prefeito explicou por que quis que a Parada fosse realizada numa Vila Olímpica afastada do Centro. "Eu fiz uma sugestão, não uma imposição. Foi uma ideia que eu dei. Eu acho que deveria ter o ano nacional dessas festas, que cada cidade fizesse a sua. O dia nacional da parada gay. Não estou querendo ditar norma nenhuma. As pessoas estão fazendo um cavalo de Tróia", afirmou Camilo Zito, talvez querendo utilizar, na verdade, a expressão "cavalo de batalha".
Questionado se tem funcionários gays, o prefeito respondeu: "Meu governo tem alguns homossexuais, uns declarados, outros não. E não é por isso que nenhum deles são desrespeitados, maltratados, eu não o contratei pelo que eles representam e sim pelo que eles fazem, profissionalismo, dedicação. E assim eu seguirei para respeitar a todos."
Sobre casamento gay, Camilo Zito disse que o assunto "não está em tese". "A minha visão de vida é uma, mas eu respeito as que os outros optam. Para mim Deus fez o homem e a mulher. Agora, a opção de cada um pertence a cada um. Como é que eu vou julgar se homem tem que casar com homem, se mulher tem que casar com mulher? Problema deles. A opção é deles, o desejo é deles. E que eu respeite", afirmou o prefeito, que disse ainda não ter preconceito contra os homossexuais. "Não tenho nenhum tipo de problema nem com esse e nem com nenhum outro. Agora, eu tenho uma responsabilidade com a cidade. Tenho que sentar com eles e dizer o que a sociedade caxiense e o que as famílias estão dizendo. Em Copacabana acontece de tudo embaixo da bandeira."
O prefeito prometeu ainda impedir uma nova Parada, marcada para o dia 15 de novembro. "Vamos fazer a mesma coisa que fizemos [cancelar o evento]. Nada diferente do que fizemos. Eles fizeram manifestação. Pergunte se alguém foi molestado. Isso não é bom para ninguém. Por que não fazer como deve ser feito? Toda cidade tem suas leis, suas regras, que têm que ser respeitadas", disse Camilo Zito.
Partido
Em ofício enviado à Executiva Nacional do PSDB na semana passada, Wagner Gui Tronolone, coordenador estadual do Diversidade Tucana - Núcleo da Diversidade Sexual do PSDB - SP, posicionou-se contra as declarações do prefeito de Duque de Caxias, dizendo que sua postura é "frontalmente conflitante com os avanços que governantes e legisladores do PSDB propiciam constantemente à população LGBT do nosso país, bem como com a postura das principais lideranças de nosso partido, como José Serra, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, entre outros, em relação às Paradas do Orgulho LGBT".
Leia abaixo o documento na íntegra:
Os princípios democráticos e republicanos sempre pautaram as ações do nosso partido. Desde sua fundação, o PSDB está à frente de grandes debates cujos objetivos são o fortalecimento dos partidos políticos e o aprofundamento da democracia. Prova disso é o pioneirismo com que o PSDB levantou as bandeiras do Parlamentarismo e de uma Reforma Política que adote o sistema de lista partidária.
Essas são posturas de um partido que sempre acreditou no pluralismo, na laicidade e na garantia dos direitos humanos. A gênese do PSDB é a luta contra o autoritarismo, a defesa dos direitos humanos e, sobretudo, a luta pelos direitos e garantias individuais.
Em consonância com essa história e com o programa de nosso Partido, venho por meio desta colocar a público minha insatisfação com a postura do nosso prefeito de Duque de Caxias, no Estado do Rio de Janeiro, João Camilo Zito, em dificultar a realização da 4ª Parada do Orgulho LGBT daquele município.
Essa postura é frontalmente conflitante com os avanços que governantes e legisladores do PSDB propiciam constantemente à população LGBT do nosso país, bem como com a postura das principais lideranças de nosso partido, como José Serra, Aécio Neves, Fernando Henrique Cardoso, entre outros, em relação às Paradas do Orgulho LGBT.
Duque de Caxias, sendo um município de destaque no Estado do Rio de Janeiro, que infelizmente carrega tristes marcas de violência homofóbica, tem um papel a assumir na defesa dos direitos humanos, assim como o prefeito Zito tem uma ampla gama de exemplos a seguir dentro de nosso partido.
Assim, esperamos que na nova data escolhida pelo movimento social local receba o apoio da Prefeitura de Duque de Caxias para que esse importante exercício de cidadania se realize da melhor forma possível.
Atenciosamente,
Wagner Gui Tronolone
Coordenador estadual
Diversidade Tucana - Núcleo da Diversidade Sexual do PSDB - SP
PARADA GAY DE DUQUE DE CAXIAS
AGORA VAI
Gongada pelo prefeito, Parada de Duque de Caxias será no dia 15 de novembro; MP vai fiscalizar
DUQUE DE CAXIAS (RJ) – Depois de gongada pelo prefeito
José Camilo Zito (PSDB-RJ) no último domingo, 11 – quando deixou cerca de 150 mil pessoas nas ruas – a
4ª Parada LGBT de Duque de Caxias foi remarcada para o próximo dia 15 de novembro.
A decisão foi tomada pelo
Ministério Público e a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), da regional do Rio de Janeiro, atendendo à solicitação de ofício conjunto do
Grupo Pluralidade e Diversidade (GDP), da cidade de Duque de Caxias – localizada na região metropolitana do Rio de Janeiro –, do
Grupo Arco-Íris (GAI) e do
Grupo Diversidade de Niterói (GDN).
A solicitação formal foi feita pelo superintendente de
Direitos Individuais Coletivos e Difusos da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos Cláudio Nascimento, que alegou que o embargo à realização da Parada era caracterizado como cerceamento de direito à liberdade de expressão. Assim, descumpriu a
Lei Estadual 3406/00 e caracterizou indiferença ao Artigo 5º da
Constituição Federal e à laicidade do Estado.
Intolerância – Para o subprocurador
Geral de Justiça de Direitos Humanos do Ministério Público Leonardo Chaves o papel de sua procuradoria é justamente coibir posturas intolerantes do poder público. “Sou plenamente solidário em termos filosóficos, políticos e democráticos. O prefeito em questão não alcançará a moralidade e não preservará os valores da família impedindo uma manifestação social. Irei analisar os fatos e não admitirei argumentos baseados na intolerância, seja ela sexual, racial, social, etc”, afirma Chaves.
Já a presidente da
Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ Margarida Pressburger foi enfática. “Imagine se os grupos LGBT fizessem um abaixo-assinado contra as manifestações religiosas que ele autoriza? Será que ele iria proibir? Essa proibição é discriminatória! E toda discriminação é odiosa. Nós da OAB seguiremos juntos com o Ministério Público neste caso e aplicaremos as medidas cabíveis”, assegura.
Monitoramento – Segundo Margarida, o Brasil é um país laico e as justificativas do prefeito não condizem com um gestor público que deve governar para todos e todas, sem distinção de cor, raça, orientação sexual ou gênero. Ela assegura que tanto a OAB-RJ quanto o MP vão monitorar o processo e o andamento da manifestação LGBT de Duque de Caxias até o seu término no dia 15 de novembro.
Trio durante a 2ª Parada LGBT de Duque de Caxias
Para a presidente do GPD
Sharlene Rosa e Claudio Nascimento, a 4ª Parada LGBT de Duque de Caxias será realizada com todos os respaldos legais. “As Paradas LGBT são ocupações de espaço público e demonstram o protagonismo de nossa comunidade na reivindicação e garantia de seus direitos fundamentais; a articulação com o MP e a OAB é fundamental para restabelecer o direito básico à livre liberdade de expressão”, afirma Nascimento.
O gongo – De forma autoritária, sem documento oficial, o secretário de
Segurança de Duque de Caxias apareceu na concentração da Parada, na Av. Brigadeiro Lima e Silva, e comunicou verbalmente que a manifestação não poderia acontecer. Já eram 13h e a multidão, estimada em 150 mil pessoas, já aguardava a largada dos trios. Entoando a frase “Alô, prefeito, que papelão! Você vai ver na próxima eleição!”, os presentes andaram cerca de 200 metros com a bandeira do arco-íris e, frustrados com o gongo, dispersaram-se.